Baseado no livro "Eutonia: um caminho para a percepção corporal" (Gerda Alexander):
Eutonia recebeu esse nome em 1957 pela Gerda Alexander para expressar a ideia de um corpo com tônus harmonioso através de uma maior consciência corporal e espiritual. O corpo e a mente se ajustam à realidade da vida diária. Isto ocorre tanto em nível consciente como inconsciente, sendo percebido pela respiração, pela voz, pelas atitudes e movimentos da pessoa. Para tanto, faz-se necessário um estado de observação profunda ao que chamamos "estado de presença". É necessário neutralidade de observação e amplitude de objetivos.
Primeiro observa-se a imagem que a pessoa tem do seu corpo humano. Assim, a primeira meta é despertar a sensibilidade da pele para recuperar a imagem do corpo. Daí, pode-se desenvolver a consciência do espaço corporal (músculos, órgãos e estrutura óssea).
O tratamento eutônico é determinado pelo estado de tensões e fixações: alterações na respiração, o pulso, a circulação, os movimentos oculares, o reflexo de deglutição e as transformações faciais. Mudanças de tônus conduzem a um equilíbrio tônico e postural, promovendo melhoras psicofísicas (vide casos de gagueira, quadriplegia, neuroses etc).
Minhas reflexões:
Eu percebo que as atitudes e a linguagem do praticante de Eutonia se modificam e se ampliam dia-a-dia, ganhando profundidade, leveza e cada vez mais presença. Por exemplo, caminhar na areia com uma percepção eutônica é sentir e perceber o contato dos pés desde a região posterior até os dedos, se pisamos com o peso nas laterais externas ou internas, com uma pulsão anterior ou posterior, com maior rapidez ou lentidão, marcando mais ou menos os pés na areia (com mais força ou leveza). Ou ainda, olhar para o mar e observar os seus contornos como um desenho: as pedras, as árvores, as conchinhas, a cor da areia e sua textura, a cor e a temperatura da água, os pássaros, o sol, a lua, as nuvens,...enfim, tudo o que compõe este cenário.
O estar eutônico é o aquietar a mente para perceber a si e a tudo o que nos cerca, "o que nos toca e o que tocamos, o contato".